segunda-feira, 16 de março de 2020

O ESTADO NOVO E A BRIGADA DO REUMÁTICO


Pois é, caríssimos, estou a escassos meses de entrar para a brigada do reumático. Nome este colocado aos cotas, velhos, reformados e idosos, pelos mais novos, os da geração rasca, os da geração milenium (millenials) os da geração y e os da geração ST (sem tusa).
 
Estes gajos que com toda a tecnologia, investigação, I&D entre outras maravilhas dos novos tempos e do século XXI, não vão chegar a cotas, nem pouco mais ou menos. Vão finar-se todos pelo meio século ou um pouco mais, atendendo a que alguns esteroides, as metafetaminas e uns charros por dia, dão saúde e alegria.
A democracia não dá saúde, pelo contrário. Dado que a nossa é uma falsa democracia, o desgaste psíquico, intelectual e físico que temos de desenvolver, todos os dias, para sobreviver nesta semi-anarquia de esquerda, mata-nos demasiado cedo. Pois é cada vez nascem menos e morre-se mais tarde, não só pelas condições genéticas, mas também, pelo passado despreocupado que se vivia a partir dos anos 30.
Tive uma avó que, caramba, gozou, aproveitou e viveu bem a vida, mesmo com alguns sacrifícios os anos 20 (já se passaram cem anos, sobre a grande loucura mundial). Depois da queda das monarquias, e após a estabilidade das repúblicas, viveu-se muito bem.
Essas avós pariram todos os nossos pais, durante o Estado Novo. Criaram os velhos que ainda duram e perduram. Vivam os velhos do país. Casmurros, ignorantes mas com uma saúde de ferro a que associaram, e bem, o estado social, no qual todos mamamos, e que ajudaram a construir. O Estado Novo deu-lhes a possibilidade de sobreviverem com pouco em termos materiais mas com muito em termos de humanidade. O Estado Novo permitiu que calibrassem a sua vida em função dos filhos que ainda hoje ajudam a sustentar e a dar uma goela na progenitura dos netos, sobre os quais a maioria dos avós nem sabe quem os pariu com certezas, muito diferente, portanto da juventude destes velhadas, que viveram na época em que foi criado o provérbio: filhos da minha filha, meus netos são, do meu filho serão ou não! (mauzinho, o sacana do cota).
As mães, tias, avós, irmãos tios, avós e pais que ainda hoje vivem com parcas reformas que ainda servem para ajudar os filhos, da geração rasca (na argumentação cavaquista) e sustentar os netos (que sendo já millenials, são bem piores do que os hippies). Estes netos e, sobretudo os filhos são os mesmos gajos que sendo políticos, autarcas ou oportunistas estão a dar cabo disto tudo através da governação.
Se, os leitores deste blogue abjecto, homofóbico, sexista, racista e fascista, que até faz eriçar o buço inferior da Luísa Semedo, pararem um pouco para pensar, verão que tenho razão. Pararam com as actualizações das reformas, prometidas, então, como panaceia para a velhice dos trabalhadores, para se poderem aumentar principescamente, ao fim de uma meia dúzia de anos a roubar e a corromper justificando como uma profissão de desgaste rápido. Esta malta é quase toda descendente de pais nascidos e criados no Estado Novo, com moral, palavra e honra, que não devem gostar de ver a sua prole a enganar, vigarizar e estragar o que eles criaram com tanto amor e carinho. Viva o fascismo, então!
Foi com agricultura natural, biológica, alguma fome e poucos excessos que este terço do país sobreviveu graças ao Estado Novo, que, qual União Soviética, provia para que nada faltasse ao povo, mesmo sendo quase nada de coisa nenhuma. As pessoas tinham alegria em estar com a família, viviam felizes com o que tinham e com um espírito pouco capitalista. Foi com essa mentalidade espartana que a Nação poupou. Nós gastámos à tripa forra nos anos 80 e demos cabo desta merda de país. O Estado Novo, o tal de Deus, Pátria e Autoridade, transformou-se, a partir da última década do século XX, no Novo Estado Novo do Adeus à Pátria e à Autoridade. Esta geração a que pertenço e que está a caminho de engrossar a brigada do reumático está a foder o que resta do grande país que foi Portugal de portugueses para portugueses. Agora, temos um país de escumalha importada para se servir dos portugueses e acabar com os portugueses de Portugal.
Tenho orgulho, apesar de ter contribuído com o meu quinhão de estardalhaço para a queda do país, pois ainda resta em mim uma réstia de celtibero, que nasceu no Estado Novo e teve o privilégio de ver um país de gente forte, sólida, lutadora e saudável, mas sem auxílio de ansiolíticos, anti-depressivos e calmantes. Porque, agora um povo drogado significa pouca reacção popular, porque cada um anda a curtir para si. E os telemóveis vieram ajudar à tarefa dos governos, em controlar as acções da população. 
Texto: Fernando de Sucena
Imagem: Google

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