A Expo 98 havia terminado há uns meses, e o Belmiro de Azevedo, com a sua Sonae, em grande crescimento, assumia o espaço frontal à Gare do Oriente para instalar o Centro Comercial Vasco da Gama. Lembro-me que foi uns dias antes do 25 de Abril de 1999.
Nessa altura, o espaço possuía muitas novidades, quer em mobiliário urbano, quer arquitectónico. Uma das novidades eram as casas de banho automatizadas.
Uma vez, numa visita ao Oceanário, tive necessidade de aliviar a pressão uretral e socorri-me do espaço público, pomposamente chamado de WC (water-closet) que em Portugal designamos por casa-de-banho ou mais prosaicamente instalações sanitárias.
Estava quase no limite aflição provocada pela pressão da bexiga, quando fui impedido de entrar no espaço por um segurança. Ao mesmo tempo ouvia uma berraria enorme vinda de dentro do local.
Berrava e queria bater nos seguranças, que em conjunto já seriam uma meia dúzia, porque afirmava que lhe estavam a filmar o bibitxu, porque, sempre que ele punha a gaita no mijatório, a luz acendia e a água parava de correr, e quando recolhia a pila, a água saía, e a luz apagava, estavam a gozar com o preto.
Isto em 1998, umas semanas depois de a Expo98 encerrar, o fulano estava descontextualizado das inovações que, efectivamente, foram brutais na altura. As torneiras foram, igualmente, automatizadas, o que, ainda, hoje se mantém. Também, os secadores das mãos, inicialmente folhas de papel em Z, enfiadas numa caixa dispensadora, foram substituídos por secadores eléctricos popularizados por Mr. Bean num dos seus filmes, a secar as calças num wc do aeroporto. Posteriormente estes, foram actualizados por uma versão mais potente e menos sopradora, em que as mãos, ambas, são enfiadas num secador do secador…
Todavia, as casas de banho inteligentes, em Portugal, surgiram no Centro Comercial Vasco da Gama, nos anos 90.
Texto: Fernando de Sucena
Imagem: Google

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