POBO, IDE BOTAR!
Num destes dias frio de Inverno
Vamos voltar, em Janeiro, ao inferno
Encher mais umas urnas com papel
Reciclado e pré-impresso a granel
São as presidenciais, caro cidadão
Eis todos os candidatos, tal qual são
Estes cromos, divertidos, desmiolados
Que dizem asneiras por todos os lados
Um cromo desistente e estranho
Autor duma treta ou equívoco tamanho
Ele é Eduardo Baptista tenente-coronel
Um militar farto de se passear no quartel
Tiago Mayan, pessoa do Norte
Pela primeira vez, tenta a sorte
Com ar tímido, fica meio bloqueado
Se o adversário o deixa apertado
O sempre candidato André Ventura
Nunca perde a irritante compostura
Mesmo não sendo fascista, o bacano
Implica tudo o que tiver pinta de cigano
Ana Gomes, uma mulher revoltada
Não vai ganhar coisa nenhuma, nada
Apesar de ter estado pelo euro parlamento
Foi corrida da Europa e veio tocada a vento
Marisa Matias, a conhecida bloquista
Que repete o desaire, presidencialista
Por ser mulher, mas se homem fosse
Também nunca lhe dariam posse
Marcelo Rebelo de Sousa, o professor
Fosse mais novo uns anos, este senhor
Nem com ‘selfies’, abraços e popularidade
Seria o que é, e continuava na Universidade
João Ferreira, outro convencido comunista
Que sonha, com poder, fama e conquista
Andou pela Europa com camaradas e povos
Mas, aqui não vai fazer omoletes sem ovos
Finalmente, Vitorino Silva, o calceteiro
Que é, mais ou menos, outro tripeiro
Diz-se um representante, da voz popular
Mas, o tuga, sinceramente, está-se a ‘cagar’…
Fernando Skinrey - Janeiro, 2021
Imagem: Google

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