Estava eu, a ouvir o Carlos do Carmo e a famosa canção 'Os Putos', (Nota: este texto foi escrito antes do natal e antes da morte do fadista) quando me lembrei de uma coisa que, para espanto de todos, aconteceu quando éramos putos: vivíamos em família, em grupo e com pessoas.
Vem este raciocínio a propósito do que o nosso Primeiro Costa, amigo do peito, vai fazer este ano, ou melhor, não vai de fazer. Sendo um refinado anti-cristão, resolveu acabar com o Natal, e toda a ilusão que a quadra envolve. Quando éramos putos, vivíamos a magia do Natal, anualmente, em companhia dos primos, avós e tios, desaparecidos nos outros trezentos e sessenta e tal dias. Este ano, a reboque do coronavírus, não vai haver Natal para ninguém, o que, certamente, irá provocar orgasmos múltiplos ao mandante Costa, que, como se percebe, é uma mistura de hindu com sikh, misturado com uma coisa que se pode chamar de catolicismo laico e até mesmo ortodoxo.
Portugal, deste modo, será o primeiro país do mundo a eliminar, oficialmente, esta quadra consumista, cínica e propagadora de infecções. Culpa do Covid-19. Nem o presidente do Vaticano, manda no homem...
Quando havia putos, aqui e na Índia natal do outro gajo, era sempre agradável esperarmos pelos frios, escuros e feios dias de Dezembro para sonharmos com as prendas, a paz e a comida farta. A infância era bela. A quadra natalícia era desejada, sobretudo, pelo regresso dos emigrantes que podiam voltar, para o torrão natal, uns dias depois de Agosto, com os putos. Agora nem emigrantes ostentadores, nem putos, nem coisa nenhuma.
Ao invés de então, agora, apesar de esta canalha, como os meus tios do Norte diziam, são desligados das pessoas, mais egocêntricos e vivaços, graças aos gadgets, o espírito natalício não lhes diz nada, porque só acreditam no dinheiro. Mas, ainda bem que, estes putos, são uns descrentes, porque também não acreditam, assim sendo, nos partidos, nos políticos e nas tretas que lhes tenham impingir desde petizes. Diz-se que Deus escreve direito por linhas tortas. Assim sendo, o Natal é quando um homem quiser e votará se lhe apetecer e em quiser.
Depois de estragar o sonho dos pais, outrora putos, agora simplesmente ex-putos, que sempre esperaram viver felizes e acima do limiar da pobreza agora estraga os ditos dos, agora putos, também ao acabar com o Natal. Coisas do nosso Costa, amigo do peito, de todos os tugas.
Portanto, religião, jantaradas, putos, comemorações, famílias, Natal, entre outras coisas, não são benquistas do senhor benfiquista. Porquê, não sei. O melhor da carreira política do senhor foi correr com os comunas da câmara de Loures, mas foi sol de pouca dura como se costuma dizer.
Todavia, como a tradição ainda vai sendo o que era, por isso mesmo que é tradição, o referido chefão, teve recentemente, umas prendas natalícias antecipadas, ao ser surpreendido pelo chumbo parlamentar, daquela embrulhada do Novo Banco, os problemas do SEF, as tretas da preta da Justiça, a somar à outra de não utilizar a bazuca financeira europeia, ou, estar cada vez mais lixado com o crescendo da pandemia. Portanto, anteve-se um Natal pleno de prendas, para o senhor Costa, num ano em que a quadra será muito tristonha, miserabilista e parca de prendas, para todos os meus concidadãos, exceptuando, o dito cujo que começou a acumular, desde já as habituais e tradicionais prenditas.
Cá para mim, começo a desconfiar, que o PM foi um dos contribuintes institucionais para a constituição de uma qualquer startup, numa qualquer offshore do Sócrates, para a criação e dissiminação do Coronavírus. Obviamente, que passo a engrossar o número dos defensores de uma teoria da conspiração, que prenda de natal o virus não é e, de origem chinesa também não, porque as coisa made in China são, normalmente, cópias ilegais e produtos bem fracotes, o que contraria a qualidade requintada deste Coronavírus. Coisas.
Além de ter dado cabo do Natal e dos sonhos dos putos seu cabo dos putos porque nada da canção abaixo os putos sabem o que era a vida da canalha de outrora.
Os Putos
Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto
Uma fisga que atira a
esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser criança
Contra a força dum chui, que é bruto
Parecem bandos de pardais à
solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens
As caricas brilhando na mão
A vontade que salta ao eixo
Um puto que diz que não
Se a porrada vier não deixo
Um berlinde abafado na escola
Um pião na algibeira sem cor
Um puto que pede esmola
Porque a fome lhe abafa a dor
Parecem bandos de pardais à
solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens
Compositores: Paulo Carvalho
Texto: Fernando de Sucena
Imagem : Google

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