terça-feira, 25 de março de 2025

FUNÇÃO PÚBLICA PORTUGUESA!? LIVRA...

Muito se fala do estado do funcionalismo público do Estado. Há Simplexes, Inteligências Artificiais, Tecnologias de Comunicação, FAC's a torto e a direito, e no meio de tudo isto os complicadores dos mal-empregados funcionários.

Antes de me arpoarem, convém esclarecer os leitores ou leitoras de que o escriba já foi empregado do estado, empregado de empresas do estado e de entidades do setor privado, e sempre achei que o Funcionalismo público está cada vez pior, sendo que a culpa não pode ser imputada aos pulhíticos.

Problema um. Os funcionários antigos, caducos e renitentes que bloqueiam o desenvolvimento, por omissão por desrespeito da igualdade, pois consideram a antiguidade um posto imutável.

Esses funcionários, deveriam ser pré-reformados a partir do momento em que deixam de produzir em quantidade e em qualidade. Para o Estado, era mais vantajoso, mesmo tendo em conta a idade e o fator de progressão na carreira, já que o rendimento líquido é quase idêntico nesta situação, ao que dispõem no ativo, tanto mais que, com o tempo a ausência ao trabalho é cada vez maior.

Problema dois. As chefias intermédias e coordenações deviam ser revistas em quantidade, alterando o colossal problema de gestão de meios humanos, em função da pirâmide de hierarquias. É que são os cunhados e os mais velhos, a maior parte dos quais estão incluídos no problema um, os impedidores da agilização e modernização de métodos e meios de produção.

Problema três. As diretorias e as chefias superiores que sendo maioritariamente escolhidas pelos aparelhos partidários, são grandemente ineficazes, pois tendem após as tomadas de posse, a ajustar contas, a entrarem num laxismo crónico de forma a defenderem os seus apaniguados, em detrimento dos apaniguados dos que forma substituídos.

Problema quatro. É o sistema em si mesmo. Destinado a dividir o que devia ser indivisível: o trabalho em prol do público prestado uniformemente independente da idade, habilitações, favorecimentos e aptidão pessoal. Criando quintais para cada um, em que o dividir para reinar é o lema chave, criado pelos Romanos e que ainda funciona.

                                      A imagem da nossa produtiva e moderna Função Pública
 

Problema cinco. Os Sindicatos compostos por pessoal que raramente trabalha, exige dinheiro sem ter noção da produtividade e do lucro que daí possa advir para a continuidade da mão-de-obra de todos. A causa deste desvario com as condições de trabalho, que prejudica quem realmente labora, é dos sindicatos, que estando ligados umbilicalmente ao Estado, ao Sector Empresarial do Estado e às PPPs, apenas prejudica os que trabalham para merecer um ordenado compatível, com a perturbação permanente da vida normal dos cidadãos.

Problema seis. O último. Estamos em Portugal, que funciona por causa de uma casta política, rapa-tachos; com uma direita que não se quer responsabilizar e uma esquerda que evita responsabilizar-se, pois em ambos os casos – incluindo as extremas – a política apenas serve para tapar burlas, negociatas, cunhas, linchamentos e, não menos importante, perpetuarem as influências nefastas destes comportamentos nas proles.

Resumindo. É chegada a hora de, a eito, despachar as dezenas de mal-empregados no Estado, que se arrastam esperando pela reforma, se recusam a obeceder aos novos mandantes que se sucedem à velocidade da luz, entupindo as inovações e alterações de mais-valia que se impõem, mas ninguém quer ficar mal visto a impô-las. É que, depois de depauperar o estado, os ex-mandantes têm sempre um lugar garantido, não na Administração Pública, como nas autarquias, nas empresas municipais e outras coisas mais.

É premente, despachar o pessoal com mais de 60 anos, para a pré-reforma – que é mais lucrativa para o próprio Estado – e evitar as contratações partidárias, que se destinam apenas ao benefício dos próprios.

Antes o topo de carreira era obtido depois de muitos anos de trabalho feito, bem-feito em condições não perfeitas, mas com a certeza de que havia trabalho até à reforma, e a respeitabilidade inerente à função.

Certamente que muita coisa mudou para melhor, ou para pior. Com a emissão dos malogrados temas do Zeca e Paulinho, há 50 anos, o país entrou em decadência, devido às atitudes da esquerdalha de então. Nessa esquerdalha revolucionária, houve pessoal que se abotoou ao chavão da liberdade e rapidamente passou para as direitas e alguma esquerda caviar.  Mudaram de partido para terem mais visibilidade, ordenança e carcanhol.

Foi essa malta que estragou o Funcionalismo Público. E estragou tão bem que ainda hoje a coisa não funciona. Não refiro nomes porque ficaria sem espaço para concluir este apontamento. A ganância da cunha e do favor partidário é tão grande, que permite que ministros caducos estejam a chefiar governos bastante mais modernos, deixando de herança aos familiares e amigalhaços postos de trabalho estranhos e nada adaptados às suas formações técnicas, quando existem. 

A quantidade de greves que a Administração Pública faz, além de revelar malvadez, demonstra duas situações: uma, é que o pessoal todo velhadas que está pelos serviços, já não conseguem trabalhar num horário normal, talvez do cansaço de pouco terem feito na última década. Outra é que, se calhar, é a maneira mais prática de integrarem os maçaricos, sem terem de as explicar coisas, que nem eles sabem. Os novos também pouco sabem fazer e não lhes interessa quase nada. Trata-se das gerações de cristal e a nem-nem.

Soluções. Transformar os seis problemas anteriores em soluções sustentadas, assentes no mérito, na clareza objetiva, na evolução das mentalidades de trabalho, na imposição de chefias e direções capazes eficazes, independentes de concursos e nomeações que roçam a ilegalidade, e sobretudo, evitar que os sindicatos mandem e os velhos do Restelo, os tais com mais de 60 anos, sejam despachados para fora da ação. Só assim, o Estado poderá melhorar o desempenho e a eficácia de um serviço público, dedicado ao cidadão, de preferência pontual, inteligente e nacional.

‘Tá dito. F**@-*e!

Fernando de Sucena

Sem comentários:

Enviar um comentário