Muito se fala do estado do
funcionalismo público do Estado. Há Simplexes, Inteligências Artificiais,
Tecnologias de Comunicação, FAC's a torto e a direito, e no meio de tudo isto
os complicadores dos mal-empregados funcionários.
Antes de me arpoarem, convém
esclarecer os leitores ou leitoras de que o escriba já foi empregado do estado,
empregado de empresas do estado e de entidades do setor privado, e sempre achei
que o Funcionalismo público está cada vez pior, sendo que a culpa não pode ser
imputada aos pulhíticos.
Problema um. Os funcionários
antigos, caducos e renitentes que bloqueiam o desenvolvimento, por omissão por
desrespeito da igualdade, pois consideram a antiguidade um posto imutável.
Esses funcionários, deveriam ser
pré-reformados a partir do momento em que deixam de produzir em quantidade e em
qualidade. Para o Estado, era mais vantajoso, mesmo tendo em conta a idade e o
fator de progressão na carreira, já que o rendimento líquido é quase idêntico
nesta situação, ao que dispõem no ativo, tanto mais que, com o tempo a ausência
ao trabalho é cada vez maior.
Problema dois. As chefias
intermédias e coordenações deviam ser revistas em quantidade, alterando o
colossal problema de gestão de meios humanos, em função da pirâmide de
hierarquias. É que são os cunhados e os mais velhos, a maior parte dos quais
estão incluídos no problema um, os impedidores da agilização e modernização de
métodos e meios de produção.
Problema três. As diretorias e as
chefias superiores que sendo maioritariamente escolhidas pelos aparelhos
partidários, são grandemente ineficazes, pois tendem após as tomadas de posse,
a ajustar contas, a entrarem num laxismo crónico de forma a defenderem os
seus apaniguados, em detrimento dos apaniguados dos que forma substituídos.
Problema quatro. É o sistema em
si mesmo. Destinado a dividir o que devia ser indivisível: o trabalho em prol
do público prestado uniformemente independente da idade, habilitações,
favorecimentos e aptidão pessoal. Criando quintais para cada um, em que o
dividir para reinar é o lema chave, criado pelos Romanos e que ainda funciona.
A imagem da nossa produtiva e moderna Função Pública
Problema cinco. Os Sindicatos
compostos por pessoal que raramente trabalha, exige dinheiro sem ter noção da
produtividade e do lucro que daí possa advir para a continuidade da mão-de-obra
de todos. A causa deste desvario com as condições de trabalho, que prejudica
quem realmente labora, é dos sindicatos, que estando ligados umbilicalmente ao
Estado, ao Sector Empresarial do Estado e às PPPs, apenas prejudica os que
trabalham para merecer um ordenado compatível, com a perturbação permanente da
vida normal dos cidadãos.
Problema seis. O último. Estamos
em Portugal, que funciona por causa de uma casta política, rapa-tachos; com uma
direita que não se quer responsabilizar e uma esquerda que evita
responsabilizar-se, pois em ambos os casos – incluindo as extremas – a política
apenas serve para tapar burlas, negociatas, cunhas, linchamentos e, não menos
importante, perpetuarem as influências nefastas destes comportamentos nas
proles.
Resumindo. É chegada a hora de, a
eito, despachar as dezenas de mal-empregados no Estado, que se arrastam
esperando pela reforma, se recusam a obeceder aos novos mandantes que se
sucedem à velocidade da luz, entupindo as inovações e alterações de mais-valia
que se impõem, mas ninguém quer ficar mal visto a impô-las. É que, depois de
depauperar o estado, os ex-mandantes têm sempre um lugar garantido, não na
Administração Pública, como nas autarquias, nas empresas municipais e outras
coisas mais.
É premente, despachar o pessoal
com mais de 60 anos, para a pré-reforma – que é mais lucrativa para o próprio
Estado – e evitar as contratações partidárias, que se destinam apenas ao
benefício dos próprios.
Antes o topo de carreira era
obtido depois de muitos anos de trabalho feito, bem-feito em condições não
perfeitas, mas com a certeza de que havia trabalho até à reforma, e a
respeitabilidade inerente à função.
Certamente que muita coisa mudou
para melhor, ou para pior. Com a emissão dos malogrados temas do Zeca e
Paulinho, há 50 anos, o país entrou em decadência, devido às atitudes da
esquerdalha de então. Nessa esquerdalha revolucionária, houve pessoal que se
abotoou ao chavão da liberdade e rapidamente passou para as direitas e alguma
esquerda caviar. Mudaram de partido para
terem mais visibilidade, ordenança e carcanhol.
Foi essa malta que estragou o
Funcionalismo Público. E estragou tão bem que ainda hoje a coisa não funciona.
Não refiro nomes porque ficaria sem espaço para concluir este apontamento. A
ganância da cunha e do favor partidário é tão grande, que permite que ministros
caducos estejam a chefiar governos bastante mais modernos, deixando de herança
aos familiares e amigalhaços postos de trabalho estranhos e nada adaptados às
suas formações técnicas, quando existem.
A quantidade de greves que a
Administração Pública faz, além de revelar malvadez, demonstra duas situações:
uma, é que o pessoal todo velhadas que está pelos serviços, já não conseguem
trabalhar num horário normal, talvez do cansaço de pouco terem feito na última
década. Outra é que, se calhar, é a maneira mais prática de integrarem os
maçaricos, sem terem de as explicar coisas, que nem eles sabem. Os novos também
pouco sabem fazer e não lhes interessa quase nada. Trata-se das gerações de
cristal e a nem-nem.
Soluções. Transformar os seis
problemas anteriores em soluções sustentadas, assentes no mérito, na clareza
objetiva, na evolução das mentalidades de trabalho, na imposição de chefias e
direções capazes eficazes, independentes de concursos e nomeações que roçam a
ilegalidade, e sobretudo, evitar que os sindicatos mandem e os velhos do
Restelo, os tais com mais de 60 anos, sejam despachados para fora da ação. Só
assim, o Estado poderá melhorar o desempenho e a eficácia de um serviço
público, dedicado ao cidadão, de preferência pontual, inteligente e nacional.
‘Tá dito. F**@-*e!
Fernando de Sucena