Por motivos profissionais, relacionados com investigação de informação, tenho gasto horas na observação do que se passeia pelas redes sociais quer, quanto aos perfis quer, quanto aos conteúdos.
Exceptuando a forma como os dados encriptados ou não são enviados, não é visível nenhuma grande mudança no que respeita à informação circulante.
Escreve-se de mal para péssimo, o pouco de excelência linguística que se lê, tem a ver com a partilha de posts, poemas, artigos e algumas opiniões fundamentadas. O Facebook, é a rede social onde, o desatino e desvario das palavras atinge números estratosféricos, demonstrando a estupidez que por ali grassa. Estamos perante uma grotesca evolução do português. O que existe, na verdade, é um pretoguêseiro, sem nexo, que amontoa inúmeras variantes de uns quantos (des)Acordos Ortográficos, com palavras descontextualizadas.
Todavia, o que referi quanto ao FB, tem validade no Instagram, no WhatsApp, no Twitter, no TikTok e outras redes sociales que, já são mais do que as mães. Quanto ao conteúdo se, por um lado, os censores e controladoria dos dados dos utilizadores, apertam com os limites que cerceiam os direitos de liberdade expressão e de opinião dos utilizadores, por outro, a exposição à violência e ao sexo, é amplamente divulgado e permitido, mesmo com os algoritmos da Inteligência Artificial (AI) a divulgação destes conteúdos.
Ou seja, as redes sociais são um veículo de divulgação do disparate que, quanto mais disparatado, maior impacto causa inflacionando o mérito da criatividade eventualmente implícita no disparate. Acrescendo a tudo isto, temos as notícias falsas a massificação de notícias recicladas e manipuladas que, atrofiam as mentes cada vez mais baralhadas da overdose de informação. Caminhamos para o abismo da destruição do raciocínio. Com efeito, ultrapassámos, já, aquela frase famosa de que uma imagem vale mais do que mil palavras. Hoje em dia, nem nas imagens devemos acreditar.
Mau português escrito; imagens criadoras de dúvida; repetição exaustiva de disparates; exploração exaustiva da imagem da mulher (fêmea) para falar de tudo, desde bosta de cão até viagens espaciais; quantidade de fake news cada vez mais manipuladas e enganadoras.
Se quiserem rir-se e divertir-se, sem grandes esforço, com os assassinatos da língua, basta ler os comentários feitos a qualquer publicação, por mais inteligente que seja. Prova provada de que, cada vez mais, as pessoas que exibem a sua estupidez pelas redes sociais estão mais analfabetas, apesar de acharem que são mais intelectuais porque até sabem carregar numas teclas e utilizar as máquinas fotográficas dos smartphones. Curioso é que os fones são mais smart que as pessoas que os utilizam.
A malta do insta-google-tweet-face, é drogada nos ecrãs. Não comem, não bebem não falam, não pensam, não f****, sem ser com o smartphone de permeio, numa autêntica ménage-a-trois. Discutem e matam por escritas postadas (palavra aportuguesada esquisita) nas redes sociales. Porque não, escrever a palavra desta forma? Também, se usa o termo socialite, erradamente. Pois!
Texto: Fernando de Sucena
Imagens: Google
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