terça-feira, 8 de junho de 2021

É ASSIM A VIDA…

 

É ASSIM A VIDA…

Cama, quarto, casa, piso, prédio, quarteirão, rua, bairro, freguesia, concelho, distrito, província, estado, país, continente e mundo. Ou, continente, país, estado, concelho, freguesia, bairro, rua, quarteirão, prédio, piso, casa, quarto e cama.

 

Parece uma brincadeira mas, isto é das análises mais sérias e verosímeis que se podem fazer. Em suma, o que esta sequência nos revela é que ao longo de uma vida medianamente vivida, temos um círculo de convívio e acção social e humana, ou seja, a dimensão do mundo aumenta e diminui de acordo com o crescimento e o envelhecimento.

A dimensão da percepção pessoal do espaço e do mundo que nos rodeia amenta desde o nascimento até à idade em que o cansaço, a desactivação da actividade profissional, desportiva e cultural e a decadência física encolhem a dimensão do espaço que nos rodeia.

Assim a primeira ideia do mundo, é o berço, ou cama. Com as primeiras semanas de vida cresce a curiosidade do que o rodeia no quarto que é onde passa grande parte do dia. Com o gatinhar conhece outras dimensões, formas, cores e experiências em casa e com os primeiros passitos e a estabilidade na postura vertical, toma conhecimento do piso e do prédio. Com o crescimento solidificado e o acesso aos infantários e pré-primários surge a visualização do mundo exterior do prédio, do quarteirão, da rua do bairro, da freguesia e do concelho, por ordem de grandeza e mobilidade. Na adolescência e pré-adultismo surge a dinâmica da perspectiva social e de confraternização das pessoas que interagem com cada um de nós, de forma mais ou menos assídua no distrito, na província e no estado. Com a idade adulta, e refiro os mais móveis que podem aumentar o conhecimento em função da expansão pelo país, pelo continente e pelo mundo.

Ao entrar no ocaso da fase adulta, o cansaço e a saturação da vida remete as pessoas para um regresso ao passado. Deixamos de fazer grandes viagens, pelo que o mundo, o continente e na maior parte dos casos o país, pois sendo contraditórios ao sedentarismo, a abdicação do viajar e do explorar o mundo reduz-se. Durante muito tempo a exploração e contacto com outros mantem-se pelo estado ou província (divisão administrativa do território). No limiar da terceira idade, o mundo restringe-se ao concelho e à freguesia. Com o avançar da idade, ficamos pelo bairro, depois pela rua, reduzindo cada vez mais a amplitude das saídas. Com o avançar para a decadência com mais ou menos senilidade, ficamos restringidos ao quarteirão, ao prédio, ao piso, em casa, mais concretamente no quarto, na cama. A vida acaba como começa, deitados numa cama, isolados do mundo, dos outros e de nós próprios, estando dependentes de terceiros. No princípio e no fim da vida. É assim a vida… Uma passagem pelo tempo, interminável… infinito…incomensurável.

 

Texto: Fernando de Sucena - 2021

Imagem: Google

CREDO!

 

Um dia destes, há algum tempo atrás, ao fim da tarde com o sol de frente a tolher a visão e com os olhos a pestanejar, a lacrimejar e fiquei banzado com aquele cavalo estonteante. Continuei a emborcar e cada vez mais embeiçado pela dama. O álcool tolda o discernimento, mas só me apercebi disso na manhã do dia seguinte.

Depois, na ressaca, é que confirmei o anteriormente falado. Ao despertar, ia morrendo de susto, aquela senhora vistosa e atractiva, que conhecera na esplanada, desaparecera e em seu lugar surgira aquele mostrengo. Ainda procurei com o olhar pela mulher por quem me embeicei na véspera, mas… Nada.

Aquela horrorosa criatura, enganara-me bem enganadinho. Toda artilhada e montada, parecia uma coisa, No remanso do lar, era bem diferente, Credo! Para dormir a mulher teve de se aliviar de preconceitos, manias e pressões. Tirou a peruca loura, desmontou as pestanas postiças, retirou as lentes de contacto de um azul cristalino e, deixou à mostra uns olhos de um castanho, cor-de-burro-quando-foge. Limpou o rímel, a base, a placa dentária e o aparelho auditivo e colocou-os em cima da mesa-de-cabeceira. Além disso, tirou o soutien com mamas de silicone incorporadas, uma cinta com silicone nas nádegas e reforço enganador na virilha, que dependurou na cadeirinha que estava estrategicamente colocada aos pés da cama, num recanto junto da cómoda. Antes de me pirar depressa dali, aproveitando a ida dela à casa-de-banho, enquanto recolhia as minhas vestimentas e bens, ainda vislumbrei uns collants encardidos que lhe tapavam as peludas pernas. As únicas coisas naturais nela, era o estrabismo, os pés tortos, um dedo a menos numa mão e uma cicatriz enorme na barriga, donde saía um tubinho com um saquito agarrado.

Chiça! Credo! Porra!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Texto: Fernando de Sucena – 1997 (recomposto e revisto 2020)

Imagem: Google

 

AGRADEÇO A VERY PEOPLE

 

Ao longo da minha existência, neste período quântico, e na impossibilidade de agradecer a todos o que aprendi, o que me ensinaram, onde vivi e o que fiz e com quem convivi, lembrei-me de referir todos os locais onde trabalhei e que engloba todas as pessoas e todos os amigos e conhecidos.

Profissões que exerci, desde os 16 anos: Administrativo; ajudante de motorista, animador; entertainer; apontador de construção civil; arrumador de frios; cobrador; paquete; consultor; coordenador e gestor; contínuo; designer de jogos pedagógicos; direcção executiva; embalador; escriturário; entrevistador; locutor; jornalista; mecânico de máquinas de cafés; embalador; professor; formador; segurança; vigilante; telefonista; técnico de H.S.T.; vendedor; limpador de peles; montador de frascos; revisor gráfico; serígrafo; paginador; operador de reprografia; fotocompositor; acabador; ajudante de motorista; transportador; cortador de papel; revisor; maquetista; impressor; animador de stand-up; Relações Públicas; Organizador de Eventos; D.J. e operador de luz.

Todavia, para se crescer na vida, a aprendizagem contínua é essencial. Quando se escolhe o trabalho na área da comunicação, como objectivo de vida, esta etapa interminável é essencial. Por isso, a sequência abaixo, refere as entidades onde estudei, exceptuando o ensino escolar que se resume a meia dúzia de nomes. No entanto, nem todos os cursos foram concluídos, por motivos diversos.

Recebi formação no Instituto Goethe; Escola Triunfo; Instituto Cervantes; Nova Era Academia; Escola Profissional de Hotelaria do Estoril; Helena Napoleão; Conta-Alpha; Prosegur; Reditus; Produtores Reunidos; Câmara Municipal da Amadora; Notícias da Amadora; IGIF; Olivetti; Xerox; Gnose; Heska; Labo2Digital; E.P.E; C.N.S.; Associação Comercial de Braga; TUV; Universus; Instituto de Formação Sénior Porto; CEDECA; Tempo Jovem; Strong; Sinónimo de Sucesso; ISED; NHK; Vitalsport e IEFP, num total de quase (6900 horas como aluno).

Quanto às empresas que tiveram o benefício de contar com a minha colaboração e onde tive o prazer de labutar foram: Bombeiros Voluntários da Amadora; Jornal de Queluz; O.A.E. – Organização e Animação de Espectáculos (já referida noutro post); Hospitais Civis de Lisboa; Euro-Pinhos; Iberinter; Abrantina; Unilever; Notícias da Amadora; Higiomed; Centro Comercial Fonte Nova; Deloitte; I.E.F.P.; Escola das Profissões; Promoloures; Sinónimo de Sucesso; ISED; E.P.E.-A.P.D.S.; Worktime; Colecções Philae; Hospital Fernando da Fonseca; AGEFM; LusoRecursos; Serviços Municipalizados de Oeiras; Media Produktions; Utilmóvel; Bernard Mattews; Friártico; Filmargem; Escola Secundária Josefa D´Óbidos; Strong; Prosegur; ACISM; La Scorza; Ronda; Junta Freguesia de Massamá; Vamar; BA vidreira; Alphatipo; 5ª Dimensão; Comer; Estria; Gráfica Europam; Fernando Skinrey – Gabinete Gráfico; Henry Gris; Heska; Instituto Piaget; Lista de Sucesso; Gráfica do Ministério das Finanças; Gráfica do Ministério da Educação; Nova Vega; Printipo; Pupilos do Exército; Rota das Linhas; SUCH e Serigrafia Brasil. Espero não me ter esquecido de nenhuma entidade. Bem-hajam porque me permitiram uma reforma por incapacidade por excesso de trabalho. Acontece.

Toda esta actividade foi desempenhada em inúmeros locais, Não pretendendo referir todos porque não me lembro de todos, refiro, no entanto, alguns dos mais importantes e alguns outros, como exemplo do que de bom essas regiões/locais têm.

Portugal, Espanha, Alemanha; Amadora, Queluz, Lisboa, Sintra, Leiria, Santa Iria de Azóia, Loulé, Portalegre, Porto, Braga, Odivelas, Évora, Oeiras, Massamá, Santarém, Mafra, Faro, Setúbal, Bragança, Mora, Açores, Maia, Viseu, Alenquer, Loures, Alcanena, Almada e Coimbra; Norwich, Rennes, Barcelona, Nampula, Vigo, Luanda, Frankfurt, Hamburg, Toulousse, Cabo Verde e Londres. Como formador viajei imenso mas, onde gostei mais de estar, porque são sítios diferentes na ambiência e nos habitantes, muito diferentes dos anteriores, destaco Vale da Amoreira e Cova da Moura. Excelente. Com pessoas muito abertas à valorização do bairro e, interessadas na aprendizagem.

Por falar em Formação, durante os anos 13 anos de desempenho, em mais de 9000 horas, trabalhei para a MAFE; C.N.P.; CEDECA; Produtores Reunidos; Projectami; Qualigénese; Escola das Profissões; Universus, I.E.F.P.; Gebalis; CNS; Higiomed; ACISM; CenJor; CPJ – Justiça; IDS; Soforma; E.P.E.; Alquimia da Cor; AGEFM; Maia Douro; C.M.A.; Sofati; Fastmedia; Escola Profissional Cristovão Colombo; PerSonae; DeLaRua RH; Escola Profissional Gustave Eifell; ISED; Centro Cultural Roque Gameiro; Citi; Microconsult e Aerlis.

Durante a minha vida, desde muito novo, tive a mania ou o vício de escrevinhar. Comecei a dedicar-me à comunicação social, escrita e falada em 1979, mais em jeito de desafio pessoal, e instigado por amigos, do que numa perspectiva profissionalizante. Desde cartas do leitor, até reportagem, da criação de anúncios à entrevista, da opinião ao texto, já tive o privilégio de escrever sobre quase tudo. Espalhei talento, criatividade e ideias pelos títulos seguintes, sob vários nomes ou pseudónimos, dos quais não me recordando de todos, indico os que encontrei no material de arquivo que me resta.

Jornal ABC do Bairro, revista Actualidades, revista Bravo portuguesa, jornal Comércio do Porto, jornal Correio da Manhã; revista Clip; jornal Diário de Notícias, jornal Domingo, jornal Ecos de Belém, revista Focus, jornal O Golo, revista GQ, revista Hobby – Jogos e Brinquedos, Jornal Amadora-Sintra, jornal A Costa, Jornal da Amadora, Jornal de Campo de Ourique, Jornal de Queluz, Jornal do Estrela da Amadora, Jornal de Sintra, Jornal da Cidade; Jornal de Loures, Jornal do Sexo, revista Maria, revista Motor, revista Mundo da Canção, jornal Mundo do Insólito, jornal Noticias da Amadora, revista Portugal, Turismo & Actualidade, jornal Repórter do Marão, revista Bravo versão portuguesa, revista Mulheres, Selecções de Mecânica e do Lar, revista Selecções Mistério, jornal Tribuna Press, jornal Semanário de Vídeo, jornal Voz da Amadora, revista Só Rir, jornal Rota das Linhas. Também produzi informação para as agências ADIJOPE, LusoRecursos, Fundação Lusitana e Media Produktions.

Quase em simultâneo, desempenhei uma actividade de radialista na Rádio Minuto; Rádio 11/lazer; Rádio 40; Rádio Clube Queluz; Rádio Nova Europa; Rádio Galáxia; Rádio Mais; RDP/Rádio Comercial (entre 1980/1983); RDP Antena 1 (entre 1983 e 1984) ROLA - Rádio Onda Livre da Amadora; Rádio Regional da Amadora; Rádio Televisão da Amadora e R.T.P..

Funções? Quase todas: colaborador, repórter, fotógrafo, colaborador, jornalista, editor, chefe de redacção, locutor, realizador, produtor, direcção de programas, operador de câmara.

Na sequência das actividades comunicativas anteriores, fui D.J. nos seguintes locais: Kimbar; Núcleos de Rádio nos Liceus; O Canto; O Requinte; Sessões especiais na Paróquia da Amadora e Pubeka, bem como ajudante de luzes no Kadok.

Em nome pessoal ou das organizações que crieir e que ajudei a criar, realizei as seguintes iniciativas:

ExpoEpaço/78, CineNoite nos TLP; MNNPN (associação de extrema direita); Concurso Deejay#1; Torneios de Futebol de Salão e de 5; torneios de Damas e de Atletismo, Rota 500 (excursões temáticas), VideoEnd; ExpoSenna; Astro-Amadora; concursos literários do CEDECA; Femina 2000 e ciclo de conferências Amadora 2000, Concursos de montras, poesia e pintura. Esta experiência curricular permitiu-me desenvolver a vertente artística da minha personalidade participando em concursos literários e de fotografia. Estas participações permitiram-me acrescentar alguns prémios. Casos das participações no PHOTOQUELUZ em 1987; no Concurso Literário do Salgueiro; no 1º Concurso Literário da Academia Antero Nobre; no 1º Concurso literário do Cedeca e nos 2ºs jogos florais da Associação Portuguesa de Poetas, com as premiações obtidas entre 1996 e 2000.

Em 2005, experimentei e não gostei da podridão ambiental da política, ao concorrer à presidência da Câmara Municipal da Amadora, então, como independente com o apoio do Partido Humanista. Esta experiência não surgiu do acaso, pois, desde novo que, sempre estive ligado a actividades empresariais, umas com mais sucesso do que outras, outras mais duradouras que aqueloutras e, umas tantas criadas com fins experimentais, ou por necessidade profissional.

A coisa começou em 1978 com a formação do TEAM MF – Actividades Lúdicas e Culturais; seguiu-se o irrepetível CEDECA – CEntro DEsportivo e Cultural da AmadorA – Grupo Desportivo e Cultural; em 1982 a ADIJOPE – Agência DIstribuidora de JOrnalismo e PublicidadE; a MAFE – Artes Gráficas e Informática em 1984; dois anos depois, surge a MFPT – Gestão (empresário em nome individual) que representava em Portugal a Media Produktions (Comunicação e Informação). No limiar dos anos 90, em 1989 o NEE – Núcleo de Estudos Elitistas – Clube erudito e elitista de estudos, viu aluz do dia e é um dos sobreviventes desta estonteante actividade empresarial. Em 1990, foi constituída a ARTSOM – vídeo, som, imagem e multimédia e, em 1991, é constituída a empresa PRODUTORES REUNIDOS – Produção de Programas e conteúdos multimédia, ainda em actividade.

Em 1992, surge a FUNDAÇÃO LUSITANA – entidade para recolha de mecenatos, que, na sua génese, deveria absorver todas as outras e aumentar os fluxos financeiros externos, em especial os públicos e dos grandes conglomerados industriais e financeiros nacionais. Ficou com uma parte da pretensão e como demonstração do funcionamento obscuro das fundações. Esteve envolvida na criação da Galeria Cultural – actividades culturais e de artesanato com naturais da Guiné-Bissau em 1995 e da Streass – actividades de bem-estar físico e mental e spa, com brasileiros.

Em 1994, é criada a publicação AmadoraSport – jornal de desporto regional. Em 2000 é criado o Gabinete Gráfico FERNANDO SKINREY – Edições e Artes Gráficas, transformado posteriormente em Gabinete de Massagens com a incorporação de parte da Streass. Em 2001 – é criada a Rent&Form para aluguer e leasing de equipamentos e imóveis, sediada no Algarve, entretanto extinta. Em 2002, é criado o GURUPU KOMIKUS para produção de guiões e humor.

Em 2003, surge a AGEFM – Artes Gráficas, Ensino, Formação e Multimédia e em 2005, a LUSORECURSOS – Gestão de Meios, Recursos Humanos, extinta em 2017 por questões de nome e em 2006 é criada a IGREJA DA CONSCIÊNCIA para o desempenho de actividades religiosas e misericórdias. Ainda e para terminar em 2016 é criado o conceito de informação de promoção multimédia XOK que tem actividade suspensa, desde 2019.

Finalmente, the last but not least, a série de edições literárias produzidas, entre 1990 e 2020, sendo que a maioria das edições técnicas foram produzidos em co-autoria. Eis lista:

A Formiga que Queria Conhecer o Mundo, 2002, Infantil; A Identidade Perdida, 1998, Romance; A Produção Gráfica, 2000, Literatura Técnica; Como Mandar Guia para Líderes e Chefes, 2004, Literatura Técnica; ContoZinhos e ConTezões, 1998, Textos e Manuscritos Variados; Design e Artes Gráficas, 2000, Literatura Técnica; Guia de Comunicação, Comportamento e Gestão Organizacional, 2005, Literatura Técnica; Guia do Usuário Hosix V, 1997, Literatura Técnica; Livro da Personalidade, 1998, Literatura Técnica; Manual da Encadernação Tradicional, 1999, Literatura Técnica; Manual de Atendimento e Relações Públicas, 2005, Literatura Técnica; Manual de Comunicação e Venda de Artes Gráficas, 1995, Literatura Técnica; Manual de Formação de Formadores, 2004, Literatura Técnica; Manual de Jogos Pedagógicos, 2005, Literatura Técnica; Manual de Vendas e Marketing Farmacêutico, 2001, Literatura Técnica; Manual de Vitrinismo e Decoração de Espaços Comerciais, 2004, Literatura Técnica; Manual de Acess, 2006, Literatura Técnica; Manual de Excel, 2006, Literatura Técnica; Manual do Outlook, 2006, Literatura Técnica; Manual do PowerPoint – um Programa Exótico, 2006, Literatura Técnica; Manual do Repórter, 1995, Literatura Técnica; Manual do Vendedor de Imobiliário, 2003, Literatura Técnica; Manual de Windows, 2003, Literatura Técnica; Manual do Word, 2006, Literatura Técnica; Medos e Tentações, 2001, Romance; Mini-Guia do Produtor e Realizador de Vídeo, 1996, Literatura Técnica; O Cidadão e o Ambiente, 2003, Literatura Técnica; O Conto do Ratito, 1998, Infantil; O Drama de Bucelas, 1990, Policial; Os Meninos e a Natureza, 2000, Infantil; Planeamento e Controlo de Gestão, 2005, Literatura Técnica; Sonetos à Bela, 1995, Poesia; Textos e Contextos de Imprensa – Colectânea de Artigos do Autor Publicados na Imprensa (4 volumes), 1993 a 1995; A Formiga Que Queria Conhecer o Mundo, 2001, Infantil; Técnicas de Venda, 1995, Literatura Técnica; Vender Projectos e Ideias – As Técnicas, 2006, Literatura Técnica; Manual de Apoio a Actividades Farmacêuticas, 2007, Literatura Técnica; Manual de Informática, 2005, Literatura Técnica; Poesia Estranha, 2016, Colectânea de Poemas; Souvenirs de um Comercial, Ensaio, 2017; O Assertivo Violento, Conto, 2018; O Guia da Extrema-Direita Mundial, 2019, Ensaio.

Esta variedade criativa, que advém da experiência profissional, que se iniciou aos 16 anos e terminou aos 48, passou pela música. Dessas experiências, resultaram até agora, três discos: CA401 Banda Sonora Para Mixes, 2001. Experimental Mix – Música Para Festas, 2000; Alexhaimer Música Tecno, 2007.

E quanto às bases escolares. Bom, a conversa, aí é muito simples. Conclusão do 12º Ano, sem obrigações nem pressa em 1996. Com o balanço e numa de non-stop, obtive um bacharelato, por equivalência, em 2000, em Jornalismo, e, em 2006, uma licenciatura em Farmácia em Espanha.

Concluindo, em Portugal, as habilitações académicas servem de pouco, porque não se dá valor ao aprendizado, nem ao conhecimento útil. Já tentei voltar ao ensino superior, para fazer um mestrado em sociologia, o meu interesse académico superior, mas achei desnecessário tal pretensão, pois, o nível de ensino por cá, está miseravelmente básico, caduco, estupidificante. Ninguém sabe o que fazer com o que aprende e, quem aprende não quer fazer nada, excepto, quiçá, ir para o funcionalismo público de preferêcia com cunhas. Coisas.

Obrigado a very people que me permitiu chegar aqui com mais ou menos porrada, e mais ou menos bullying!

 


Imagens: Arquivo/Produtores Reunidos

Texto: Fernando de Sucena (Fernando de Sucena desde 2008), porque entre 1968 e 2007 tem nomes por aí como: Mário Teixeira; Mário Fernando Teixeira; Fernando Alf; Falso Preto; Vira-bicos; Fernando Skinrey; Fernando Pires; General; Professor Açucena; Marito; Alfnazi; José Alberto Lopes; Mike Max Millen; Maryu Hans; Repórter Estrábico, and so on…)

 

 

AS COLECÇÕES DE CROMOS DA MINHA JUVENTUDE

 

Quando eu era pequenino, acabado de nascer, ainda mal abria os olhos… (Grupo Íris) a moda herdada dos pais eram os cromos, e as carteiras ou caixas de fósforos, da Fosforeira Portuguesa ou da Sociedade Nacional de Fósforos. As carteiras eram divididas ao meio e, na primária, serviam para jogar à palmadinha, que consistia, basicamente, em tentar virar a mesma com a descompressão resultante, do levantamento da palma da mão, do chão.

Mas, isso é outra faceta da minha infância. Quero recordar, sim, as colecções de cromos.

Havia umas dezenas de temas e milhares de colecionadores. Na estação do Rossio, na rua, havia profissionais da troca, que consistia em vender avulso, os números em falta, poupando ao interessado umas dezenas de escudos nas carteirinhas de cromos.

As pastilhas Pirata, tinham uma colecção de cromos chamada, AVIÕES A JACTO. Era interessante e eu, que sempre gostei de máquinas voadoras, decorava todos os elementos relativos aos aviões.

Uma das que mais gostei, e infelizmente, por vicissitudes da vida, tive de me desfazer desta, e doutras preciosidades. Falo d’A 200 À HORA. Foi a primeira caderneta que completei depressa, pois, no Liceu da Amadora, o número de coleccionadores era elevado, pelo que as trocas eram fáceis.

As colecções têm uma particularidade à La Palisse. Durante um tempo, no início, é raro ter repetições. Com a redução dos espaços, para encaixar mais uns tantos, a frequência dos repetidos vai crescendo, numa proporção razoável e estudada por alguns técnicos da coisa.

Há uns anos, num dos part-times que tive, para a Mabilgráfica, na Amadora, a ensacar cromos com as caricaturas de jogadores da bola, desenhadas pelo impagável Francisco Zambujal (Jornal A Bola). A dita, chamava-se ARTE E FUTEBOL, e deu para perceber como funciona a frequência estatística da coisa. Por exemplo, se forem 200 cromos, cada molho tiver 200 idênticos, e cada carteira tiver 4, o emparelhamento é casual e aleatório, prevalecendo, depois a quantidade de carteiras, recolhida de cada um dos empacotadores. Quando o comerciante recebe a caixa, a probabilidade de ter alguns cromos em quantidade superior a outros é real.

VELOCIDADE & ESPECTÁCULO. Outra colecção para os marados dos automóveis e motos. Não foi bem o mesmo sucesso da outra, A 200 À HORA, mas, em contrapartida, o número de modalidades motorizadas era maior: Speedway, Rallye, Fórmulas, entre outras. Este género de colecção não singrou.

ESPAÇO 1999. Esta foi a única série televisiva de ficção científica, que me marcou e gostei. Ainda hoje vejo e revejo, uma e outra vez, graças ao CD. Como é lógico, quando saíram os cromos, vai de os coleccionar. E, depois de uma vida inteira a pesquisar, consegui, há uns anos a maquete, em kit, do Eagle (a mais bela nave espacial, criada para filme, na minha modesta opinião). Nunca completei a caderneta.

Incompleta, também, a HISTÓRIA DE PORTUGAL, da Agência Portuguesa de Revistas. Foi minha estreia no coleccionismo de cromos. Na época, aprendia-se alguma coisa sobre as primeiras tribos ibéricas; as grandes figuras da nacionalidade e as conquistas racistas ou não, entre outros acontecimentos fundamentais da nossa História. Era quase uma tradição juntar estes cromos, até porque, quando era juvenil, uma das primeiras fases da socialização, era temos de falar e conviver uns com os outros, nem que seja para trocar. Quando era necessário, porque o desespero para concluir era grande, até se trocavam três, quatro ou cinco, por um.  

Outro clássico da Agência Portuguesa de Revistas, era o CAMÕES. Também nunca a completei. Era a forma mais simples de entender e perceber a poesia de Camões e os Lusíadas, mesmo sem ser necessário, nos níveis em que andávamos na escola primária. Há semelhança das outras, tive de vender estas recordações. Paciência!

Curiosidades, imagens bonitas, botânica, zoologia, era o ponto forte desta colecção. Chamava-se PANORAMA ZOOLÓGICO, e eram uns cromos em papel brilhante atraente ao olhar e suave ao tacto. Esta colecção servia de guia para o entendimento do que são as famílias, categorias, grupos e sub-grupos de classificação das espécies. O mais interessante, era as alternativas das espécies animais que substituíam as comuns e mais conhecidas da savana africana, por outros menos conhecidos e, quiçá, mais interessantes e estranhas. Esta, completei-a, e gostei. 

A insuspeita Olá, também teve uma colecção de autocolantes chamada CÃES DE RAÇA. Trocavam-se os pauzinhos pelos cromos. Juntei-os, mas nunca cheguei a completar a caderneta, porque o amigo Silva, do café familiar de sempre, a Leitaria Ideal Lafonense, na Rua Cândido dos Reis, na Amadora, oferecia-me os que podia, mas nunca deu para trocar porque quase ninguém juntava aquela cena. Achei interessante, apenas.

TOP OF THE POPS. Forma extremamente original de coleccionar. A caderneta não tinha números, nem categorias, pelo que podíamos orientar a colagem, das figuras, da forma que quiséssemos: bandas; sexo; género musical; país, ou outras. Não a conclui, mas conheci a música de nomes dos anos 60 e estilos que eram comuns nos Estados Unidos e na Europa. Pouco tempo depois, surgiram as revistas dedicadas à música como a Música & Som. Foi uma renovação do espírito colecionador da infância.

Completei a seguinte colecção chamada: MOTOCICLISMO. O Mundo das duas rodas, dos pilotos e dos motociclos. Eram os nomes da moda, os grandes campeões e algumas dicas de mecânica. Afora alguns dados técnicos e estatísticos, era mais uma vulgar colecção de cromos com imagens recolhidas das revistas da especialidade. Esta actuação era vulgar na época. Cheguei a utilizar cadernos da escola com os rostos dos pilotos da Fórmula 1 na capa e uma fotografia do carro e o palmarés no verso. As fotografias eram as que as revistas da especialidade, na época (Volante, Motor e Auto-Mundo) publicavam. Curiosidades, malandras.

A última caderneta que tentei preencher com cromos, foi a que ilustrava em papel os filmes do SANDOKAN. As miúdas, na época, andavam doidas com os olhos azúis do Kabir Bedi, e por conseguinte, eram as principais interessadas nos cromos. O oportunismo, ou a oportunidade de tentar fazer conhecimentos com o sexo oposto, para trocar cromos, saiu mal porque a colecção surgiu perto do final do ano lectivo e, na época em que eu comecei a trabalhar. Azar. Fim da história das cadernetas. Passei a colecionar outras coisas, revistas, jornais, discos, cds, postais, viagens, etc.

Décadas depois, por obrigações parentais, voltei a dedicar-me ao colecionismo. Para ajudar e incentivar, primeiro a filha Brenda, e depois o filho Bruce a completarem as suas primeiras colecções.

Nessa décadas de 90, do século e primeiros anos do século XXI. Eram os TAZOS, os PÓKEMONS, os cromos da BARBIE, e os clássicos de sempre: campeonatos nacionais, europeus e mundiais de futebol da Panini. Mais do que recordar o passado, estes momentos permitiam o estreitar de laços de familiares entre filhos e pais. Pensava eu, na minha ignorância de pai babado. Mais tarde, descobri por um amigo de longa data, que quem não coleccionava cromos, fazia LEGO e o resultado foi mais satisfatório.

E com isto, meus caros e minhas caras, dou por encerrado este capítulo da minha vida. Foi o que foi!

Texto: Fernando de Sucena

Imagens: Arquivo/Produtores Reunidos