A estatística é uma ciência
matemática incrível. Embora tendo números exactos e resultados certos, é muito
falível por ser demasiado permissiva aos resultados finais que pretendermos
obter.
A estatística é a principal
ferramenta política e a principal fornecedora de resultados manipuláveis.
Se, atentarmos no exemplo simples
abaixo, entenderão o que quero dizer, e confirmarão o que pretendo com o não
acreditar nos números.
O 1º caso de Covid-19, em
Portugal, surgiu em Março. Ora, pegando nos números de hoje (nota dia
17/04/2020) em que estão contabilizados um total de 158 940 casos suspeitos,
isto parece muito, ou pouco conforme a situação. Se, virmos estes valores de
acordo com o relatório da DGS, que indica explicitamente, valores desde 01 de
Janeiro de 2020 dá uma média de 45 412 por mês (e mais meio de Abril). Todavia,
se começarmos a contar desde Março dá por mês (e meio de Abril) 105 960.
Portanto, temos quase tantos casos suspeitos como Espanha e França. Curioso não
é? Isto faz com que pareça estar tudo bem.
E quanto aos mortos? 657, mortos
no dia 17/04/2020, ou seja 438 por mês (e meio de Abril). Porém, se os formos
dividir pela referência da DGS, o número altera-se para muito melhor, pois em 3
meses (e meio de Abril) a média mensal é de 187,7 o que é razoável. Se, em vez
de valorarmos ao mês, tal conta for efectuada ao dia, o resultado ainda é mais
favorável, porque mais diluído, o que é fantástico.
Aliás, esta conversa da
estatística, ser manipulável, já vem de longa data. Com efeito, no antigamente,
dizia-se que cada português come meio frango por dia, pois são vendidos, de
grosso modo, 5 milhões de frangos diariamente. Ora, se eu não comi frango,
houve algum algoz que morfou a minha metade. Esta brincadeira vem de há muitos
anos, mas permite revelar que não devemos acreditar em tudo que são números, em
especial os do Estado.
Texto: Fernando de Sucena
Imagem: Google

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