Conta uma lenda, com quase meio
século, que o dia antes de botar o coiso na ranhura, serve para reflectir. Mas,
reflectir sobre o quê? Não há nada para reflectir.
Objectivamente, o povo nunca
devia votar porque não percebe nada de coisa nenhuma. A governação de um país é
uma coisa séria e devia, por isso mesmo, ser efectuada pelos mais capazes
intelectualmente. E nesta categoria não incluo políticos, pois esses são como o
povo safam-se e estão-se marimbando para quem os coloca no poleiro. O mesmo
povo, que estupidamente vota sempre da mesma maneira idiota. Em círculos, ou
como iô-iô…
Passei umas divertidas horas a
assistir a debates televisivos, sem som, porque não há paciência para ouvir
tanta tontaria. E de que se falou para o bem da nação? De quase nada. Resumindo,
é quase como aquela mulher da limpeza, preta, que temos por casa, que acha que
é explorada pelos racistas dos patrões, e em vez de lutar pela limpeza da casa
de forma a livrar-se do lixo, levanta a alcatifa e varre para debaixo desta.
Ninguém falou, de re-actualizar
as pensões dos reformados por invalidez e acidentados de trabalho, altamente prejudicados
com cortes brutais disfarçados de factor de sustentabilidade (esses desvios
servem para pagar subvenções vitalícias…), discriminando portugueses, uma vez
mais.
Ninguém falou, de americanizar as
regras da imigração, restringindo-as e peneirando, cuidadosamente, quem chega,
impedindo que qualquer coisa se venha neste país.
Ninguém falou, da generalização
da igualdade entre todos os portugueses, consagrada na Constituição e que leva à
sectorização dos interesses dos diferentes lóbis existentes apoiados ou não
pela maçonaria.
Ninguém falou, que não se devem
apoiar minorias pois, desta forma, estão a descriminar-se os restantes que não
integram essas mesmas minorias.
Ninguém falou, em despedir,
exonerar e despromover o muito excessivo número de executivos, chefias
intermédias, quadros, assessores e puxa-saco que se arrastam pela Função Pública,
depauperando o erário público, num exercício estalinista de burocracia.
Ninguém falou, em dar formação,
em gestão de produção em burocracia, para ultrapassar o atrofio que os vários
simplexes trouxeram ao dia-a-dia dos portugueses, bem como ninguém disse que se
torna necessário e imperativo desligar o complicador.
Ninguém falou, do trabalho
escravo na Justiça (que não juízes), da Saúde (que não médicos e enfermeiros),
Educação (que não professores) e na Segurança Social (que não directores e
coordenadores), onde cada vez mais o papel se reproduz, na proporção directa
dos disparates e inabilidade das chefias e directorias.
Ninguém falou, da necessidade de
ter saúde oral e mental gratuita e acessível para todos, pelo que se deduz que
só as análises ao sangue e operações estéticas a deformados mentais transgénicos
é que são parte do Sistema Nacional de Saúde. Uma vez mais, os portugueses são
desigualados, porque gastam-se milhares de euros para mudar uma pila, enquanto
alguém morre com aneurisma.
Quase ninguém, falou do erro que
constitui a legalização das drogas leves, pesadas e assim-assim, bem como de
outros aditivos incompreensíveis, como sejam a homossexualidade, o bloquismo, a
nomofobia e outros viciantes estúpidos.
Poucos falaram, da redução do número
de deputados e do serviço público gratuito de quem é eleito para servir o país.
Ser-se político não deve ser profissão, nem tampouco trabalho a prazo. Viver do
povo para não retribuir é, no mínimo, proxenetismo social.
Poucos falaram, de os partidos
passarem a não receber nada com os votos que lhes são dados. O povo é estúpido
e trabalha de borla para os partidos. Alguns. Os outros são discriminados.
Poucos falaram, da burla
eleitoral que consiste a eleições parlamentar, assente num sistema falacioso
que despreza parte significativa dos votos expressos através de artimanhas com
nomes engraçados como sejam: círculos nominais e método de Hondt, que têm como único objectivo beneficiar os
grandes partidos (financiados por todos, mesmo os que não votam) em detrimento
dos pequenos e inovadores partidos, sem representação parlamentar.
Poucos falaram, em eutanásia, da
castração para violadores, pedófilos, da pena de morte, ou da prisão perpétua,
para assassinos em série, e outras categorias de parasitas e de escória delinquente
existentes, alguns deles com apoios do Estado.
Poucos falaram, da necessidade de
repor o respeito e a ordem públicas, sem restrições aos agentes da polícia e a
alguns outros funcionários públicos que têm como função principal manter a ordem
social e servir a nação. A polícia não é criminosa, os prevaricadores é que são
perigosos e não merecem contemplações.
Poucos falaram, de um novo golpe
de estado para repor o que o outro, mais antigo, nos trouxe de mau, de
destrutivo e de bárbaro.
Quase ninguém falou, da necessidade
de alterar a Constituição e restringir a legislação e os códigos do Direito Penal
para evita a bandalheira que se vive na Justiça.
Quase ninguém, falou do
crescimento da divida soberana, ao ritmo de 5 mil milhões por ano, ou da manipulação
das estatísticas, ou dos inquéritos tendenciosos nos resultados.
Quase ninguém falou, de defender
e proteger os delatores que falam verdade e que revelam tudo o que de podre e
ilegal se faz dentro do/no/e para o Estado.
Assim sendo, não existe muito
para reflectir, pois não vamos conseguir por um país destes às direitas.
Dia 6, vote na merda do costume e
não se queixe por ter, outra vez, escolhido erradamente. É preferível exercer o
seu direito de não votar, que é dos poucos direitos que ainda restam, e quase ninguém
falou.
Bom exercício do dever cínico.
Chega!!!
Texto: Fernando de Sucena
Imagem: P.H.M.

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