Este não será um texto propriamente
acerca dessa estranha forma judaica de interpretar os testamentos divinos. Da
mesma forma, não será sobre numerologia, que alguns definem como culto
adivinhatório.
Será um misto de tudo isto, com pinceladas
de matemática, aritmética e estatística. A grande novidade, é que a estatística
pode ser manipulada, fazendo depender os resultados dessa movimentação nada
randómica, de encontro aos pressupostos do cliente. Ah, pois!
Mas, vejamos, em 58 anos de vida a
que se pode reduzir a minha existência…
Em 1961, nasceram 217 516 bebés,
ano somente ultrapassado pelo seguinte com 220 200, sendo que a taxa bruta de
natalidade, segundo a Pordata (obrigado Alexandre Soares dos Santos) foi de
24,4 apenas, uma décima abaixo da, de 1962. Mais meninos do que meninas, porque nessa época as pessoas eram normais, só havia dois sexos e algumas aberrações da natureza.
Em 1961, bastavam 3 mães para
terem 10 bebés.
Os meus nomes próprios com os
apelidos, de origem, são simétricos, em número de vogais e consoantes 13/13. Também,
treze letras, para os dois apelidos, e, 13 para os dois nomes próprios. Com um novo
apelido continuou equilibrado com 16/16. Curioso.
Aos 58 anos terei vivido 501 120
horas, das quais 9 162 passadas como formador e 6 888 como formando.
Gastei 3 412 horas a jogar desde
flippers, passando por smartphones, PCs, slotmachines ou raspadinhas. Despendi
12 070 horas em viagens (não incluo as perdidas nos transportes públicos, nem
nos engarrafamentos da IC 19). Estive, 146 hospitalizado; 720 internado; 92 em
audiências judiciárias e 18 horas (100%) a conduzir sem carta, nos anos 80. Já
passei 6 974 horas a fazer amor (290,5 dias) excluindo as que não me lembro por
estar bêbado, por exemplo. Se, cada acto demorar, em média, 20 minutos, tempo
útil, (salvo se for mais rápido por causa dos maridos), isto significa 20. 922
pirafos.
Até fazer 58 anos (se não morrer
antes) terei vivido 1 392 meses, dos quais 21 deles passados no cinema; 8 em
discotecas a bailar; 10 meses a trabalhar em discotecas; 13 meses a operar
vídeo e fotografia; 1,5 meses no barbeiro a rapar a cabeça; 3 meses a gravar
músicas originais e 7 meses envolvido activamente na política.
Passei 5,2% da minha vida a comer
no Mc Donald’s; 12,8% a trabalhar na área da saúde; 68,9% a trabalhar como
gráfico/designer/artista. Passei 91,3% da minha vida como deficiente com a
percentagem a aumentar; 27% do tempo a tentar resolver conflitos jurídicos;
77,5% a ler; 82,7% a escrever; 48,5% a ver e admirar pornografia e gajas nuas.
Estou a passar os 20,7% de casado
com a mesma pessoa. Já consumi 32,7% da minha existência a comunicar sob todas
as formas; 17,3% a locutar na rádio; 21,4% dedicado ao ensino; 51,7% passado e
vivido com os pais; 12,6% passado sem convívio com os filhos; 5,17% a residir
no estrageiro; 72,4% passado na Amadora; 55% do tempo ligado a projectos
empresarias; 63,8% do tempo de vida na liderança do CEDECA; 18,3% de tempo de
vida a aturar enteados; 44,8% a aturar a bestialidade e a violência doméstica
da ex-mulher; 13,7% do tempo passado como reformado; 31% da vida sem trabalhar;
51,7 % a trabalhar que nem cavalo e a descontar às carregadas para sustentar
toda a casta de parasitas criados pela esquerda; 72,4 % do tempo gasto e
investido a apoiar a extrema-direita e a direita liberal.
Com as eleições da última semana,
tenho uma participação de 50% em actos eleitorais.
1/4 das obras escritas são
poesia.
2/3 da vida estive solteiro.
Contribui com 50/50 para o sexo M
e F dos meus descendentes, mais eficaz que as quotas por decreto.
Poderia referir muitos mais
números mas optei por deixar alguns segredos para mim mesmo. Não me recordo e
não me quero recordar do tempo que passei a fumar, a beber, a despir e a vestir
roupa, a conviver com os amigos mais próximos, nem o tempo passado na piscina
ou na praia, nem tampouco as toneladas de carne que já comi, contra as dezenas
de verduras…
O último número interessante é o
referente ao gasto de 3 horas a construir esta barbaridade que acabou de ler.
Texto: Fernando de Sucena
Imagem: Google

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