quarta-feira, 3 de março de 2021

LEMBRANÇAS DE GENTE BOA

 

Tinha, por aí uns 16 ou 17 anos, quando ainda me chamava Mário Teixeira, fui responder a um anúncio, em Campolide, que havia encontrado nas páginas do saudoso DIÁRIO DE NOTÍCIAS, o velho,  que empregou mais gente que o acanhado IEFP. No regresso da entrevista na empresa, que não me seleccionou, ao chegar à estação de comboios de Campolide, confrontei-me com a falta de uns míseros 20 centavos (actualmente) para adquirir o bilhete de regresso à Amadora.

Um bilhete era ainda assim um custo significativo. Em 1960, $ 1000 escudos, eram qualquer coisa como € 428 euros, hoje em dia.

Nessa época, de liberdade maluca, exageros esquerdistas quanto aos direitos dos trabalhadores e obrigações dos patrões, adquirir o título de transporte, era sinal de respeito pelas instituições e pelo trabalho dos outros. Nada de borlas, penduras ou ginástica macaca, para saltar pórticos e estragar os mesmos, ou infectar, com aquelas patorras nojentas as bases de leitura dos passes.

Estava eu a preparar-me para fazer uns oito quilómetros a pé entre Campolide e a Amadora, o que era vulgar numa época de greves à bruta, com o túnel fechado e tudo. Saia eu de fininho da bilheteira, com balcão em mármore, dos quais restam alguns, nomeadamente um quase original na estação de Sintra, quando um senhor, na casa do 40 anos, se acercou de mim, inquirindo-me das causas da minha aflição, sobre o que tinha vindo fazer e como chegara.

Surpreendido com a atitude do fulano, e depois de lhe responder com a sinceridade que a situação criara, o benfeitor, que nunca soube como se chamava, comprou-me um bilhete. No caminho, disse-lhe que há chegada liquidaria a verba despendida. Quando cheguei à estação Amadora, tratei de pedir emprestada, por umas horas, a quantia que o senhor gastara, no quiosque da estação, que era de uma amiga minha. Solicitei-lhe que aguardasse uns segundos, para lhe devolver o preço da viagem. Todavia, apercebendo-se das minhas intenções do compromisso e da verdade dos factos que lhe apontara, desapareceu num ápice, misturando-se com no magote de pessoas que desembarcara na estação ferroviária.

Nunca me esqueci do gesto, que ainda hoje, me faz ter uma réstia de esperança, de que entre mais de 8 mil milhões de pessoas, deverão existir uns milhões de pessoas desinteressadas e altruístas. Ainda bem.

Em Maio de 1978, 5147 escudos ($ - cifrão), equivaliam a 100 euros (€) em Junho de 2020.

Se quiser divertir-se com conversões e equivalências monetárias e brincar a ministro das finanças, armando-se em Mário Centeno, aceda aos links seguintes e... olhe gaste sem pensar no amanhã.

 Texto: Fernando de Sucena

Imagem: Google

 

Mais informação em:

http://www.pordata.pt

https://fxtop.com

https://xokmagazineblog.wixsite.com/xokmagazine

https://issuu.com/lusorecursos/docs

 

INTIMISSIMI & DRAU*ßEN

Esta crónica foi escrita antes das últimas decisões políticas do polvo rosa, mas depois da confusão com a APP BazaCovid (Outubro de 2020).

O português é geneticamente dualista.

Existe a ideia generalizada de que os tugas são um grande povo. Pelos vistos, nem lá fora nem cá dentro esta afirmação é correcta.

Cá dentro, intimamente, somos cínicos, enganadores, uma cambada de frustrados refilões e mal-encarados que gostam de protestar, mas não gostam de serem protestados. Esta postura é extraordinariamente comum nos FP, Funcionários Públicos que não os outros fp (f***** ** ***a) que existem às camadas neste país, situado no cú da Europa.

Lá fora, somos, simplesmente acessíveis, simpáticos, trabalhadores, frontais que evitam criar ou ter problemas. Não se envolvem em polémicas e adoram falar de Portugal e dos conterrâneos, de um país periférico que foi grandioso.

Cá dentro ou lá fora, o português é como uma moeda, tem duas faces, usando cada uma delas conforme lhe dá mais jeito. Cá dentro usamos a coroa e, lá fora, a face, portanto, uns cínicos e bipolares na atitude.

O português é um género de pessoa que integra o mundo, faz parte dele, participa com os outros europeus na globalização e mundialização … só que a dobrada, a feijoada e o cozido são tipicamente pitéus lusitanos, e que se dane a integração global. Mas, depois, defendem arduamente o sushi, o chili, a pizza e a picanha, pois então.

Somos um país com uma língua interessante, adaptável, elástica e muito falada, com uma origem ancestral. Todavia, queremos falar as outras todas porque somos muito diversificados e evoluídos. No entanto, a estupidez é crescente e quanto mais misturas entre raças, sub-raças e arraçados existirem, maior o grau de probabilidade de a inteligência se dissolver. Intimissimi & draußen. Coisas.

O português é o exemplo típico, do yin e yang, mais ou menos um 69 à tuga, que varia consoante estiver de cabeça para cima ou para baixo ar, ou como lhe dá a brisa ou a ventania. O português é o exemplo típico, do sol e da lua, ou está alegre e radioso ou de trombas e frio. 

O português é o exemplo típico, do cagão que, chupa chato e arrota percebes. Apesar de ordinária é a definição exacta do tuga. Engana-se com facilidade e vinga-se a vigarizar o próximo. Convencido, humilhantemente arrogante e profundamente otário. 


 

O português é o exemplo típico do transsexual, leva dos dois lados e nunca está satisfeito com o lado que lhe couber. 

O português é o exemplo típico, do pinga-amor, apaixona-se e ajoelha-se por qualquer mulher mas, depois bate-lhes, como se fossem cavalos, sem apoio do PAN, como afirmação pessoal.

 *ß = Eszett

 

Texto: Fernando de Sucena/2020-10

Imagem: Google

Pesquise mais sobre o kota em: 

https://xokmagazineblog.wixsite.com/xokmagazine

https://issuu.com/lusorecursos/docs

AMAR O ÓDIO

 

O que é o ódio. Ódio, segundo o dicionário Priberam, significa muita coisas. Aversão, ressentimento, má vontade, animosidade, irritação, desagrado ou insolência pode se motivado por antipatia ou por ofensa.

Todavia, se avaliarmos cada um dos significados referidos, a palavra esmorece ainda mais.

Animosidade: Coragem, impetuosidade, ardor, ira ou inimizade.

Irritação: Excitação, exasperação, ira, exacerbação.

Desagrado: Falta de agrado, descontentamento, desgosto, desprazer ou repugnância.

Insolência: Manifestação do orgulho das pessoas que se elevam acima da sua condição, desaforo, modo insólito de obrar.

Ressentimento: Acto ou efeito de se ressentir, ou lembrança magoada de ofensa recebida.

Aversão: Repugnância para com alguém ou alguma coisa, antipatia ou ódio.

Resumindo, o ódio não é ódio. É uma reacção ao ideário pessoal de cada um e, mais importante, aos conceitos que cada um de nós tem assimilados. O ódio não existe. O que existe, é uma discordância em relação a algo que, digamos, não encaixa, nas ideias e gostos de cada um de nós. Não gostar de pretos, de ciganos, de gaiada, comunistas, ou de minorias escumalhosas não é ódio... É, apenas um gosto, reconhecido pela Constituição portuguesa.


 

O que é o ódio? Ódio é uma simples palavra apreciada por uma malta de esquerda, e por intelectuais de direita, como eu, e que significa apenas que não se gosta, não se adora, nem se aprecia. É um outro significado para amor. Este quando é exagerado, transforma-se em amor.

A malta da esquerda e de esquerda esquizoide, acham que a palavra serve para atacar os outros porque ter ódio é ser odioso. O pessoal da direita, às direitas, utiliza a palavra para explicar que o ódio é ser odiado. Dizer-se que não gostamos de pretos, ciganos, maricada, e outras variantes da raça humana, não é odiar, é afirmar uma opinião, e essa é, e será sempre, considerada, pela parte oposta respectiva, como uma afirmação de ódio, mesmo que não o seja. Amar não é odiar, mas sim amar. É uma forma mais musculada de discutir e, discutir não é bater.

Portanto, o ódio não é crime, nem é motivo para criminalizar, só porque se gosta de algo ou alguém. A liberdade permite que se grite em alto e bom som, do que não gostamos, concordamos ou aceitamos por ser diferente. Não personalizando, não se acusa, logo não se pode odiar.

Vamos amar o ódio, porque sendo outra forma de amar, vamos odiar o amor, pois os extremos tocam-se, né?

 

Texto: Fernando de Sucena

Imagem: Google

Leia mais em:

https://xokmagazineblog.wixsite.com/xokmagazine

https://issuu.com/lusorecursos/docs