segunda-feira, 8 de julho de 2019

SALVAR BEBES É DISCRIMINATÓRIO


SALVAR BEBES É DISCRIMINATÓRIO

Nos últimos dias só se tem falado de salvar uma bebé que nasceu com uma deformidade não mortal, fazendo esquecer que existem mais uns 20 portugueses com semelhante doença, que não usufruem do milagroso medicamento, mas estão vivos, alguns com 20 anos de existência com Atrofia Muscular Espinhal.
Além de acção hipócrita, a selecção do salvamento de um em vez de outro é anti-constitucional. No caso da Matilde, esta promoção, é ainda mais asquerosa porque se trata de a criança ser sobrinha-neta daquela aberração social que se diz ser a mulher do mariconço Goucha. A homossexualidade a impor as suas ideias mentalmente debilitadas na sociedade.
Um caso idêntico, sobrevive há 18 anos e não tem o aparato que este tem. A solução para tratar todas estas vítimas da maleita da moda que são as doenças raras, passa pelo Estado pagar todos os tratamentos a todos os portugueses, que sofrem do mesmo distúrbio, sem restrições. Distúrbio entenda-se a doença das vítimas, não a paneleirice dos restantes. O investimento pode ser recuperado impedindo a entrada de tralha humana que infecta o espaço Schengen. Esses milhões gastos a sustentar essas coisas, que nos chegam em paletes, poderia ser aplicado na melhoria da qualidade de serviços de saúde.
Nada, tenho contra, os tratamentos das doenças incapacitantes, às possuidoras das mesmas, só que, sou de uma geração em que o amor ao próximo era muito mais solidário do que agora em que o € (não o cifrão) manda em tudo. A solidariedade não se mede em crowdfunding. Mede-se na capacidade de ajuda no tempo de uma vida. E isso, agora, não existe. Salva-se a minha e as outras que se lixem. É o egoísmo exponenciado na sociedade.
Para salvar a Matilde, temos de salvar muitas outras dezenas que esperam ansiosamente a resolução do seu sofrimento. Salvar uns e não todos é discriminatório. É um problema que o Estado não deve ser responsabilizado, porque não foi esse mesmo Estado que deu o pirafo.
Não estou a ser selectivo, nem pouco mais ou menos. Digo, que se deveria tratar TODOS, por igual. Sou um deficiente que luta contra a sociedade cínica e politicamente abjecta, há mais de meio século, e onde chafurdo para sobreviver. Tive de me esforçar mais do que muitos dos outros para alcançar algum sucesso. Não esperei sentado que me dessem, o referido sucesso, como se dá uma prenda de anos, por frete, sem esforço e com indiferença. Antes, os pais eram responsáveis pelos filhos, sofrendo com eles estas angústias. Havia família. Não apenas em conceito mas em termos geracionais. Agora, que vivemos na idade dos progenitores e das crias, os animalescos instintos básicos surgem e imergem na destrutiva promiscuidade genética, incentivada por uma esquerda corrupta e traiçoeira, todos praticam a indiferença e o ‘Estado paga’.
Podem-me mandar à merda que estou-me pouco ralando, para tal, pois as injustiças são cada vez mais grotescas e hipócritas. Salvem a Matilde por ela mesma, não por quem está a orquestrar a campanha. E, já agora, salvem as outras Matildes todas, mesmo que sejam pretas, amarelas, fufas, mas portuguesas. Para salvar uma, temos de socorrer todas. É assim a democracia socialista deve actuar.


Fernando de Sucena
Imagem (adaptada da RTP)

Sem comentários:

Enviar um comentário