Um dia destes, num fim-de-semana, resolvemos, eu e a minha querida esposa, ir ao cinema, coisa que já não fazíamos desde meados do verão do ano passado, 2024, portanto.
Finalmente, encontravam-se em exibição, dois filmes do género e com artistas que apreciamos. Se bem pensámos, melhor o fizemos. Nas calmas, até porque o dia estava primaveril e com uma temperatura excelente, trocámos uma ida a Carcavelos, apanhar o ar purificador da praia, acompanhado de uns cocktails, pela aqui referida ida ao cinema no Colombo.
Almoçámos algo primaveril e fresco. Entretanto chegou a hora do filme.
A película com argumento de Silvester Stallone, e com Jason Statham como protagonista, de título "Um Trabalhador Implacável". É um filme de ação e violento como convém, sendo a característica fílmica de ambos os nomes referidos.
Assistimos satisfeitos e de braço dado, como dois namorados, pois os apoios laterais têm a altura e a medida exata para tal. Quando acabou, e no caminho para as galerias comerciais, olhámos um para o outro e sem nenhuma conversa anterior, quase por telepatia, sorrimos e fomos comprar bilhetes para outro filme que iria começar dentro de minutos e chamava-se "Black Bag".
Um filme norte-americano, misto thriller e policial, com estilo britânico pois está repleto de um refinado humor negro, sendo encabeçado pelo multifacetado Pierce Brosnan; Cate Blanchett e Michael Fassbender.
Voltámos para o interior confortável doutra sala de exibição.
Terminado este filme e dado que não havia mais nenhum ao nosso gosto, viemos embora recordando uma situação semelhante, vivida por ambos por volta de 2010. Durante o percurso de regresso a casa, lembrei-me que nos 80 e 90 do século XX, cheguei a fazer maratonas de visualização de quatro filmes num único dia, se bem que nessa época estava a escrever para imprensa sobre a área da cultura, incluindo cinema. O mais difícil era conseguir companhia.
Por isso chamei a esta tarde exótica meia maratona. É possível hoje em dia assistir a cinco filmes num único dia. Antigamente, porque as salas eram mais dispersas e tinham horários mais rígidos, constituía uma aventura conseguir assistir a mais de dois. Era difícil, mas não impossível. Tal era possível, aproveitando os dias dos ciclos de festivais que decorriam, em Lisboa. Lembro-me que nesses dias, no São Jorge, dava para ver dois e depois, era só descer a Avenida da Liberdade e assistir a outro no Éden e depois atravessar a rua e assistir a uma porno-chachada, num dos piolhos que existiam em volta do Coliseu.
Antes. Agora, a idade é outra e a disposição do casal nem sempre é coincidente, nestas coisas. De qualquer forma foi interessante e fez-nos recordar coisas dum passado recente, que estavam a criar mofo no cérebro. Foi bom, deveras. Até porque a este ritmo, qualquer dia o cinema, nestes termos é uma mera recordação do passado. Do século XX.
Fernando Sucena
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