quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O PAÍS QUE NÃO É PAÍS


Volto ao contacto com todos vós, desejando um melhor 2020. Bem merecemos. Vivemos num país que não é país. Um país que não existe, mas que querem que nos convençamos que existe. Estão enganados.
Caramba! Não somos nem existencialistas (pensamento filosófico) nem existenciais (qualidade do que existe). Quimeras, mitos, palavras que, ao invés de nos esclarecerem, ainda nos turvam mais o discernimento.  
Depois de nos acharmos suecos em termos fiscais e turcos no que concerne aos salários, passámos para o patamar seguinte: o da mania de que somos uma economia emergente, mas estamos, na zona das de massa falida.
Não se contratam funcionários públicos para não gastar mais; todavia se, se, direcionassem esses recursos, para as cobranças de multas, de dívidas e indeminizações judiciais, por parte dos grandes devedores ao Estado, o lucro desta última e lucrativa, actividade deveria reduzir o deficit e permitir uma maior cativação de verbas fiscais e posterior aplicação social no OE do ano seguinte.
Clamamos por justiça, mas temos os juízes a serem pagos pelo erário público e manipulados pelos políticos e na dependência direta do Estado, o que num país à séria, não é assim. Vergonhoso.
Para sermos um país, país, não podemos emendar os valores e benesses do estado social para desviar os não atribuídos para benesses parlamentares. Vergonha.
Um país que é país não considera a palavra vergonha mais ofensiva do que a palavra merda. Só num país que não é um país isto acontece.
Somos, enfim, um país passado, no passado saudosista, com os olhos num futuro sem que se saiba bem qual. Enfim…

Estas cogitações remetem-me para uma produção televisiva da produtora Madala, chamada Contra- Informação, em que um dos bonecos terminava sempre as frases com “este é um país de brincadeira”! E é mesmo. Sim! Portugal é um país que não é país mas que acha que é nem se quer é um país com características tradicionais, Não há raça, não há história moderna, tem em excesso muita gente que não é bem gente e muito português que não português, nem por favor. Tudo isto faz com que um país não seja um país.
Somos cada vez mais, um falso país, pouco racista, mas cínico e egoísta tal e qual os outros países que também são países acham que são. Cinismo político, cinismo económico, cinismo social, cinismo pessoal, cinismo intelectual. Por isso achamos que somos um país que, na realidade não somos, mas sim uma amostra de ideais, pessoas e financiamentos.
Um país que não é mais país mas já foi, uma grande nação, um império evoluído do tempo em que não havia comunismo, socialismo ou democracia farsola, mas existia racismo, fascismo e poder económico da monarquia.
Com estas ideias de integração de tudo o que mexe, mesmo que seja animal, uma certa esquerda terrorista, tem estragado o que restava de um país que podia ser um país a sério. Também com gentalha que defende que os casamentos de Santo António, outrora, uma tradição burguesa/religiosa do século passado, devem permitir o acasalamento de qualquer parelha animal está tudo dito em relação à seriedade, honra e futuro de um país que quer ser levado a sério. A sério, pá!
 Já chega de brincar com coisas sérias. Muito sérias mesmo. Seríssimas demais, para estragar com aberrações politiqueiras, que não rendem votos e só entopem o desenvolvimento de Portugal.
Também, pago impostos, também, vivo neste reino, também, faço parte de minorias e também, posso fazer parte do país à séria.
Neste país à séria, deve haver espaço para a eutanásia, espaço para a dúvida, espaço para o sexismo natural, espaço para a ordem, espaço a autoridade, espaço para a homofobia pura e dura, espaço para o racismo inteligente, espaço para a preservação do ambiente por motivos de sobrevivência e não por factores económicos, bem como, num país que quer ser país a sério, haver espaço para a exterminação do politiqueiro, espaço para exterminação do subsídio dependente, espaço para a penalização, espaço para a condenação e espaço para democracia integral e não esta democracia ditatorial em que vivemos, num país a brincar que acha que é um país a sério.
Ano novo, vida velha.

Texto: Fernando de Sucena
Imagem: Google

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