Volto ao contacto com todos vós,
desejando um melhor 2020. Bem merecemos. Vivemos num país que não é país. Um
país que não existe, mas que querem que nos convençamos que existe. Estão
enganados.
Caramba! Não somos nem existencialistas
(pensamento filosófico) nem existenciais (qualidade do que existe). Quimeras, mitos,
palavras que, ao invés de nos esclarecerem, ainda nos turvam mais o
discernimento.
Depois de nos acharmos suecos em
termos fiscais e turcos no que concerne aos salários, passámos para o patamar
seguinte: o da mania de que somos uma economia emergente, mas estamos, na zona das
de massa falida.
Não se contratam funcionários
públicos para não gastar mais; todavia se, se, direcionassem esses recursos,
para as cobranças de multas, de dívidas e indeminizações judiciais, por parte
dos grandes devedores ao Estado, o lucro desta última e lucrativa, actividade
deveria reduzir o deficit e permitir uma maior cativação de verbas fiscais e
posterior aplicação social no OE do ano seguinte.
Clamamos por justiça, mas temos
os juízes a serem pagos pelo erário público e manipulados pelos políticos e na
dependência direta do Estado, o que num país à séria, não é assim. Vergonhoso.
Para sermos um país, país, não
podemos emendar os valores e benesses do estado social para desviar os não atribuídos
para benesses parlamentares. Vergonha.
Um país que é país não considera
a palavra vergonha mais ofensiva do que a palavra merda. Só num país que não é
um país isto acontece.
Somos, enfim, um país passado, no
passado saudosista, com os olhos num futuro sem que se saiba bem qual. Enfim…
Estas cogitações remetem-me para
uma produção televisiva da produtora Madala, chamada Contra- Informação, em que
um dos bonecos terminava sempre as frases com “este é um país de brincadeira”!
E é mesmo. Sim! Portugal é um país que não é país mas que acha que é nem se
quer é um país com características tradicionais, Não há raça, não há história moderna,
tem em excesso muita gente que não é bem gente e muito português que não
português, nem por favor. Tudo isto faz com que um país não seja um país.
Somos cada vez mais, um falso
país, pouco racista, mas cínico e egoísta tal e qual os outros países que
também são países acham que são. Cinismo político, cinismo económico, cinismo
social, cinismo pessoal, cinismo intelectual. Por isso achamos que somos um
país que, na realidade não somos, mas sim uma amostra de ideais, pessoas e
financiamentos.
Um país que não é mais país mas
já foi, uma grande nação, um império evoluído do tempo em que não havia
comunismo, socialismo ou democracia farsola, mas existia racismo, fascismo e
poder económico da monarquia.
Com estas ideias de integração de
tudo o que mexe, mesmo que seja animal, uma certa esquerda terrorista, tem
estragado o que restava de um país que podia ser um país a sério. Também com
gentalha que defende que os casamentos de Santo António, outrora, uma tradição
burguesa/religiosa do século passado, devem permitir o acasalamento de qualquer
parelha animal está tudo dito em relação à seriedade, honra e futuro de um país
que quer ser levado a sério. A sério, pá!
Já chega de brincar com coisas sérias. Muito
sérias mesmo. Seríssimas demais, para estragar com aberrações politiqueiras,
que não rendem votos e só entopem o desenvolvimento de Portugal.
Também, pago impostos, também,
vivo neste reino, também, faço parte de minorias e também, posso fazer parte do
país à séria.
Neste país à séria, deve haver
espaço para a eutanásia, espaço para a dúvida, espaço para o sexismo natural,
espaço para a ordem, espaço a autoridade, espaço para a homofobia pura e dura,
espaço para o racismo inteligente, espaço para a preservação do ambiente por
motivos de sobrevivência e não por factores económicos, bem como, num país que
quer ser país a sério, haver espaço para a exterminação do politiqueiro, espaço
para exterminação do subsídio dependente, espaço para a penalização, espaço
para a condenação e espaço para democracia integral e não esta democracia
ditatorial em que vivemos, num país a brincar que acha que é um país a sério.
Ano novo, vida velha.
Texto: Fernando de Sucena
Imagem: Google

Sem comentários:
Enviar um comentário