Por motivos familiares tenho ido regularmente à Amadora. O triste espectáculo do lixo nas ruas da cidade são marcantes.
Desloquei-me da estação até perto dos bombeiros pelo lado do edifício da câmara. Poucas dezenas de metros percorridos e que vemos? Lixo, lixo e mais lixo no chão: pensos higiénicos usados, nalguns cantos preservativos, restos de comida em sacos rotos, peças de roupa, o asfalto e os passeios encardidos, na Venteira, os ecopontos de óleo abarrotar e com depósitos rotos vertendo o conteúdo...
Quem te vê e que te viu Amadora. Atendendo a estes últimos anos, seria melhor voltar ao antigo nome do lugar: Porcalhota.
Vivi lá, se bem que de forma irregular, entre 1965 e 2006, e a decadência foi brutal. Não se vê polícia regularmente nas ruas, excetuando os três ou quarto quarteirões em torno da câmara onde se situa uma esquadra. A estação mais parece um apeadeiro, sem condições mínimas e mal conservada, com os relógios da gare parados, os painéis dos horários mal fixados o chão sujo e as escadas de acesso escorregadias.
Repito que estes problemas são regulares num espaço de cerca de 400 metros quadrados, que abrange o edifício das finanças, os CTT e o mercado.
Quanto ao resto nem se fala, não só na freguesia da Mina d'Água como nas outras. Evito de ir à amadora, ou passar por lá, porque as memórias de tempos idos são atropeladas pelas constatações do presente. Viver na Amadora, é pouco animador e, nos últimos dois mandatos socialistas, ainda piorou, espelhando o desinteresse da presidente da câmara, que se borrifou para a cidade quando lhe colocaram a cenoura de Bruxelas em frente dos olhos. Nem por ser meia mulata, se dignou a respeitar as centenas de não brancos que nela votaram. Oportunistas de cadeira.
Resta esperar mais quatro anos, desta vez com uma luz ao fundo do túnel, devido à perda de diversas maiorias. Em 2030, que já aí, deverão ser visíveis alterações.
E pensar eu que em 2005, ano da minha candidatura à presidência do município poderia ajudar a mudar e a melhorar algo. Foram precisos vinte anos para que a Venteira, junta a que concorremos, se libertasse do jugo tirânico do polvo rosa. Já é um princípio.
Termino dizendo que onde vivo, na cidade vizinha de Queluz, o panorama não é melhor, pois uma vez mais, doze anos de governação rosa, resultaram em coisa nenhuma, deixando apenas uma parca ideia de aparente desempenho político competente. Puro engano, ao contrário da cidade vizinha, nem do centro da vila, onde se situa, o edifício da câmara, existe organização, segurança, higiene e urbanismo.
Mário Teixeira